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A importância do medo?

Domar potros está longe de ser somente montar em algum cavalo que nunca recebeu uma sela. Mais longe ainda de ser um ato isolado de coragem, bravura ou mesmo dom.

A doma vem mudando, pois os clientes dos cavalos vêm mudando. Enquanto no passado os cavalos eram domados para pessoas que já sabiam montar, atualmente domamos para quem nunca antes montou, ou monta há alguns poucos anos.

Isto faz muita diferença, pois é fato que os cavalos devem ser domados, existe um alto número de pessoas com estes potros, e talvez este mercado não diminua, mas sim, aumente.

Ao mesmo tempo, e meio que na contra mão desta realidade, vemos a genética avançada em todas as raças, as melhorias nas condições de criação, e a vontade por resultados mais rápidos batendo à porta dos domadores.

Então, seria o mesmo que dizermos que os carros simples, mecânicos, de fácil manuseio serão substituídos por carros de alta tecnologia, potencia redobrada, velocidade alta, todos “turbinados”, para um publico que acabou de tirar a carteira de motorista. E é isto o que está acontecendo no nosso mercado.

Assim, os domadores devem preparar cada vez mais estes cavalos com calma. Talvez os 90 dias tradicionais devam voltar para os corretos 120 ou mais dias.

Talvez devamos incluir no processo algumas aulas de equitação para os proprietários (não nos potros, mas em cavalos prontos), talvez devamos repensar se a doma deve mesmo continuar a ser um ato de bravura ou uma sucessão das mais importantes e sérias técnicas de ensino voltadas para este novo cliente do cavalo.

Talvez a autoconfiança e a falta de medo devam ser parte de um pacote, mas não os principais itens para ser um domador de qualidade.

O excesso de autoconfiança é tão prejudicial quando o excesso de medo ou receio. Nenhum dos dois faz bem, mas um pouco de cada equilibra e tempera a doma de qualidade...

Aluisio Marins, MV
Universidade do Cavalo
www.universidadedocavalo.com.br

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