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Nutrição do Cavalo de Esporte e Trabalho

No manejo de potros não há necessidade de pessoas tão habilitadas e habilidosas como no trabalho de adestramento. O que realmente importa é podermos contar com pessoas que realmente gostem destes animais. Geralmente uma boa orientação, aliada a um pouco de jeito e muito carinho é o suficiente para qualquer encarregado desta função. Apesar de sua força bruta, o cavalo é extremamente sensível. Animais submetidos a forte stress e confinamento exagerado alteram seu metabolismo e comportamento e terminam por comprometer seu crescimento e produção.

Práticas de manejo antinaturais promovem uma constante descarga de adrenalina no sangue, causada por pancadas, chicotadas, batidas de porta, baldes, gritos e barulhos estranhos, aumenta o batimento cardíaco e diminui o fluxo sangüíneo nos intestinos podendo levar ao surgimento de úlceras e cólicas. Por esta razão, o encarregado do manuseio do potro deve ter um temperamento calmo e sereno. Suas atitudes devem ser delicadas, mas decididas ao mesmo tempo. O tratador deve ser, antes de tudo, um amigo do potro, Deve chamá-lo pelo nome, acariciá-lo e escová-lo periodicamente. A colocação de um cabresto pode ser iniciada a partir dos dois meses de idade e o ato de colocar e retirar o cabresto cada vez que se manuseia o potro auxilia no processo de amansamento.



Cuidados Básicos com o Potro

Logo após o nascimento, temos alguns cuidados básicos com os potros: 1. Desinfecção do cordão umbilical, com uma solução de iodo a 5-10% (devemos tomar cuidado para não irritar a pele, com soluções muito forte). 2. Observar se o potro mamou o colostro - leite rico em anticorpos e fundamental para a imunização do animal - que deve ser ingerido até 6 horas após o nascimento. 3. Observar se ele defecou duas a três horas após o nascimento para eliminação do mecônio (matéria fecal fetal). Caso não ocorra, deve-se auxiliar o animal através da administração de fluídos lubrificantes via retal (enemas), realizado por profissional capacitado. A partir daí, os cuidados limitam-se à observação constante para ver se o potro está bem. Observar se o animal não apresenta ectoparasitas (carrapatos) e proceder a uma vermifugação periódica (início aos 30-60 dias e repetir a cada 60-90 dias conforme o tipo de vermífugo). Desmame

O desmame do potro deve ser sempre gradativo, e não brusco e violento, o que pode causar traumas físicos e psíquicos ao animal. Devemos iniciar entre 5-6 meses de idade e separar o potro da mãe por períodos cada vez mais longos até que, ao final de 15-20 dias, possa ocorrer uma separação definitiva. A partir daí, a alimentação se dará através da administração de volumosos e concentrados que complementem adequadamente as necessidades de crescimento e desenvolvimento do potro.

Instalações e Manejo

O acesso a volumosos e concentrados independe do animal ser criado a campo ou confinado. A construção de instalações sofisticadas fica a critério do criador. Bastam algumas cocheiras simples para abrigar animais doentes ou recém - nascidos em dias de chuva. O que não pode faltar são cochos cobertos e árvores para sombra nos pastos e piquetes. Um tipo de instalação especial para potros que pode ser feita é o creep-feeding. É um local dentro do piquete, com um cocho preferencialmente coberto no centro, cercado a uma altura onde somente o potro possa passar. Este local serve para se habituar o potro a uma alimentação com concentrados e complementar a dieta do potro lactente.

Os resultados no animal adulto são visíveis quanto ao desenvolvimento e crescimento de um potro saudável. Recomenda-se deixar os potros em liberdade na maior parte do tempo. As correrias e brincadeiras são extremamente saudáveis e desenvolvem melhor a musculatura. Os potros adquirem maior resistência às doenças, principalmente respiratórias. No período que vai de 12 a 30-36 meses, o manejo do potro deve ser diário, com a administração de um volumoso de qualidade, abundante, com uma complementação de suas necessidades através do fornecimento de concentrados adequados à categoria e com o acesso livre a água fresca e limpa e ao sal mineral.


André Galvão Cintra
MV, Prof. Esp.
Presidente ABCC Bretão
andre@vongold.com.br
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