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Wolverine

Um Puro-Sangue Inglês de sangue nobre. Um amigo veterinário convida-me para vê-lo correr. Chega em 5º. lugar. Bom, mas nem tanto. Fico olhando o cavalo e enxergo, por experiência, um cavalo de CCE (Concurso Completo de Equitação).

Faço a proposta de sociedade e fico com 50% do cavalo. Trago-o para a Universidade do Cavalo e inicio o trabalho, primeiramente de limpar a ideia de corrida, depois ensinar a ser calmo, somente a passo por meses, depois trotes leves. Iniciamos o trabalho de musculação dorsal.

O tempo passa e um ano se foi. O cavalo veio se transformando aos poucos, levando a vantagem de ser morfologicamente excelente e muito calmo. Começa a nascer um trote de qualidade. De repente cai o trabalho, o cavalo parece estar aos avessos.

Voltamos ao passo por um mês e retomamos nossas idéias de CCE. Mais 6 meses se passam e o cavalo vem se musculando da forma que desejamos. Limpo, sem lesões de nada, iniciamos um leve trabalho de salto. Ginásticas baixas uma vez a cada 10 dias, trabalho de plano intercalado, e mais seis meses se passam entre saltar, trotar nas estradas, galopar em terrenos bons e ruins.

 Algumas toras no chão são usadas para vermos como se comporta no “cross”, assim como algumas passadas em valetas, barrancos, aguadas. Tudo indo como queremos. Mais alguns meses se passam, e as pessoas começam a não entender o que eu quero com o cavalo. As perguntas sobre “por que não leva para a prova logo?”, ou mesmo “ele já não poderia estar saltando mais alto?”, ou a famosa “ele não está atrasado”?, começam a bater em minha porta.

Respondo a todas, dizendo que estamos fazendo um cavalo, e que a hora dele ia chegar quando ele nos dissesse, ou seja, quando tudo (absolutamente tudo) conspirasse em uma sensação de que ia dar certo.

Dias 20 e 21 de agosto, final de semana passado, uma prova de CCE em Pirassununga. Levamos o cavalo para sua estreia. Sai em 4º no adestramento mostrando controle e calma, mantém-se em 4º no salto e faz um cross country perfeito, limpo, galopado, seguro e absolutamente confiante.

Parecia que tudo aquilo não era novidade para ele, e na verdade não era mesmo, pois acima de tudo tornou-se e vem se tornando um cavalo confiante em si mesmo e no nosso trabalho. Todos os 2 anos e meio, onde avançamos, recuamos, pensamos e repensamos foram compensados. Uma filosofia sendo provada a cada montada, a cada treino, a cada discussão.

Um projeto que tem um começo bom para todos com o 3º Lugar do Wolverine no primeiro CCE de sua vida... Parabéns à equipe UC!



Aluisio Marins, MV
Universidade do Cavalo
www.universidadedocavalo.com.br

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