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Treinar para a prova?

Quando falamos em treinar, treinamento etc., remetemos nossos pensamentos talvez inconscientemente ao esporte. Treinamos uma modalidade para irmos para as provas e tentarmos ganhar.

Mas, podemos também analisar o treinamento por um outro lado, não o exclusivo da competição, mas talvez o de praticarmos o que queremos para os nossos cavalos nos momentos diversos que estamos com eles. Vejamos este exemplo: você é convidado para uma cavalgada.

Marca o horário com seus amigos, e para chegar ao local deve levar seu cavalo em seu trailer ou caminhão. Acorda cedo, carrega todo o material do seu cavalo na caminhonete, engata o trailer. Vai até a cocheira ou piquete do seu cavalo, e ele demora para deixar você chegar com o cabresto. Após alguns momentos de ansiedade, tensão e até raiva, você coloca o cabresto.

Leva seu cavalo até o trailer. Ao chegar perto da rampa, seu cavalo literalmente empaca. Começa a andar para trás e logo de cara queima sua mão no cabo do cabresto. Ao tentar puxar de novo, seu cavalo sai de lado na rampa e logo raspa a pata na rampa, já dando sinais de que a empreitada vai ser dura e longa.

Seu amigo ou tratador o ajudam com cordas rodando na garupa do cavalo. Finalmente, depois de alguns vários minutos, seu cavalo embarca, todo suado, tremendo, ralado nas patas. Chegando ao local marcado, desembarca seu cavalo do trailer (seus amigos já viram que você teve trabalho para embarcar...), e vai então encilhar para sair. Coloca a sela, e na hora da cabeçada seu cavalo sobe a cabeça muito alto, não deixando você alcançar a boca para inserir a embocadura.

Mais alguns longos minutos de batalha entre você e a cabeça do cavalo, que não pára de chacoalhar, ir pra cima e pra baixo, até que seu cavalo, sem querer, lhe acerta o rosto com o focinho, em uma destas investidas para se livrar da embocadura. Por fim algumas pessoas lhe ajudam e você finalmente consegue colocar a cabeçada. Finalmente o passeio vai sair.

Todos montam, e você ao colocar o pé no estribo, vê seu cavalo girar sem parar, não lhe dando chances de qualquer ação com a perna que vai passar para o outro lado. Ou ele gira ou sai correndo. Você segura nas rédeas, e coloca novamente o pé no estribo. Ele anda para trás. Seu amigo vem, desce do cavalo dele e segura o seu para que você monte. Sai o passeio e você não pode ficar por ultimo, pois seu cavalo fica praticamente maluco ao ver os outros em sua frente.

Você então não poderá conversar com quem você quer, mas sim com quem estiver ao seu lado... seus amigos resolvem parar para um descanso e você pensa duas vezes antes de descer, pois para montar novamente será a mesma coisa. E para tirar a cabeçada também, embarcar seu cavalo de volta pra casa também, para tirar o cabresto também. Seu dia foi bom, mas poderia ter sido infinitamente melhor se você treinasse com seu cavalo tudo o que quer que ele faça com você...

Aluisio Marins, MV
Universidade do Cavalo
www.universidadedocavalo.com.br

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