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Suplementação Mineral

Além do sal mineral que deve ser oferecido sob qualquer circunstância ao animal, o cavalo pode ter a necessidade de alguns elementos minerais conforme as circunstâncias. Temos que tomar alguns cuidados aos oferecermos uma suplementação mineral ao animal, pois temos que oferecê-la em equilíbrio, jamais um único elemento mineral (exceto em casos de patologias específicas).

Existe uma interação entre os elementos minerais, e se houver um excesso de um único elemento mineral, podemos ter uma síndrome chamada de carência induzida, onde o excesso de um elemento mineral, causa a deficiência de outro elemento, mesmo que esse outro elemento esteja em quantidade adequada na dieta. Por exemplo, se oferecermos uma suplementação extra de Ferro ao animal, sem que seja necessário, podemos causar uma carência induzida de Zinco e Cobre, e o animal passa a apresentar sintomas de carência de zinco e cobre, mesmo que os níveis destes elementos sejam adequados na dieta.

* Cálcio (Ca) e Fósforo (P) A suplementação adequada de cálcio e fósforo é importante para se obter uma perfeita integridade do esqueleto, um bom desenvolvimento ósseo, sólido e resistente às trações musculares. O equilíbrio no fornecimento de cálcio e fósforo é muito importante para se prevenir o aparecimento de afecções ósseas, como a osteofibrose ou hiperparatireoidismo nutricional secundária (“cara inchada”). Relação Ca/P: Entre 1,5 a 2,5 partes de cálcio para 1,0 parte de fósforo (1,5:1,0 a 2,5 :1,0).

* Cloreto de Sódio (NaCl) As necessidades diárias em manutenção são facilmente cobertas pelas rações comuns do mercado, mas em situações especiais, onde há exigências diferenciadas, sobretudo em clima quente, uma suplementação extra se torna imprescindível para impedir o aparecimento de sinais de fadiga e queda de resistência. Uma carência crônica se manifesta por uma alteração do apetite e pelo aparecimento da “pica” (propensão a ingerir qualquer coisa: urina, terra, madeira, etc.), por rugosidade da pele e, eventualmente por redução da velocidade de crescimento ou da secreção Láctea e por uma predisposição a acidentes musculares agudos.

* Magnésio (Mg) O Magnésio é chamado de sedativo do sistema nervoso, tanto central (como o cálcio), como periférico (oposto ao cálcio). Suas necessidades são aumentadas com dietas hiperprotéicas e hiperenergéticas. Em animais nervosos ou irritados, ou submetidos a estresse contínuo, um tratamento, por período definido, com um suplemento rico em magnésio, tem um efeito benéfico para o animal. Não deve ser oferecido ininterruptamente, mas por período breves.

* Potássio (K) O Potássio, assim como o sódio, está ligado à excitabilidade muscular. O excesso de potássio é muito perigoso; ele induz a uma grande fadiga muscular e pode levar a problemas cardíacos. Devemos tomar muito cuidado com uma alimentação muito rica em melaço, pois este é rico em potássio.

* Ferro (Fe) - Fator Antianêmico. É muito comum alguns proprietários de cavalos de esporte aplicarem ferro injetável aos animais, pretendendo aumentar a capacidade esportiva do animal. Esta prática, além de não aumentar a performance do animal, prejudica a absorção de zinco e cobre, em detrimento da solidez óssea, prejudica a produção de hemoglobina e a elasticidade dos tendões. O aumento da taxa sangüínea de ferro acelera a utilização da vitamina E e predispõe a lesões musculares. Carência Rara.

* Cobre (Cu) É um fator antianêmico, participa do desenvolvimento ósseo, prevenção de osteocondrose, elaboração de camadas córneas. Risco de Carência Elevado.

* Zinco (Zn) Ligado à ossificação, integridade dos tegumentos (pele e camadas córneas, juntamente com o cobre, Vitamina A e Biotina) e imunidade. Risco de Carência Elevado.

* Manganês (Mn) É indispensável à fertilidade e ao desenvolvimento ósseo. Carência: Rara.

* Cobalto (Co) Está ligado na composição da vitamina B12 (cianocobalamina). Ele permite sua síntese pela microflora no aparelho digestivo. Carência: Rara.

* Selênio (Se) Antioxidante do Organismo (com Vit.E). Juntamente com a Vitamina E, o selênio protege as células, mais particularmente: - glóbulos vermelhos: reduz o risco de hemólise; - capilares: previne as microhemorragias e edemas; - músculos: contribui para evitar a degeneração muscular Carência: mediana.

* Iodo (I) Ligado à síntese de T3 e T4 (hormônios tireoideanos), à reprodução e ossificação. Sua carência leva ao bócio (hipertrofia da tireóide) e ao hipotireoidismo. Carência: mediana.


MINERAIS QUELATOS

Também são chamados de minerais orgânicos, minerais quelatados ou mineral aminoácido quelato. São minerais ligados a um aminoácido e que possuem maior capacidade de serem absorvidos pelo organismo. Podem ser de três tipos:

1. Mineral Aminoácido Quelato: quando uma molécula de mineral está ligada a um aminoácido específico. É de fácil assimilação pelo organismo.

2. Mineral Aminoácido Complexo: (específico e inespecífico) quando uma molécula de mineral está ligada a um aminoácido complexo. É menos absorvida que o anterior.

3. Mineral Proteinato: quando uma molécula mineral está ligada a um complexo polipeptídico. É a menos absorvida dos três tipos. A diferença entre os três tipos está no peso molecular, na constante de estabilidade das ligações e nos aminoácidos utilizados. Os minerais quelatados possuem as vantagens de serem melhor biodisponíveis (até 90% de absorção, contra 10 a 20% dos minerais inorgânicos), sem interferirem na absorção de outros nutrientes, sem possuírem efeitos colaterais, nem causarem dopping.

O simples fato de um mineral ser quelatado (ou quelado) não significa que ele é superior aos outros. Como exemplo temos o cálcio quelado por oxalato (presente em alguns tipos de capim). Este complexo quelatado não é absorvido pelo organismo. Quando vamos utilizar um mineral quelatado, devemos conhecer sua procedência, para saber se é ou não absorvido pelo organismo.


André Galvão Cintra
MV, Prof. Esp.
Presidente ABCC Bretão
andre@vongold.com.br
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