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Alimentação dos Potros em Crescimento

Ainda que existam variações em função de raça, indivíduo e uma certa influência do sexo, os potros possuem notável precocidade potencial. Esta precocidade exige um ótimo ajuste no arraçoamento alimentar, desde o período de gestação da égua e amamentação, e muito mais com o potro, sobretudo no período de 06 a 18 meses. Assim, pode se garantir a obtenção de um bom crescimento e de um excelente desenvolvimento ósseo e muscular a partir de uma idade precoce, permitindo ao potro entrar nas primeiras competições em melhores condições.

1. Peso: A velocidade de crescimento do potro, inicialmente, é muito elevada. Nas raças leves, o peso ao nascimento representa 10% do peso da égua e é dobrado em pouco mais de um mês (mais precisamente em 35 dias). Durante o primeiro mês, o ganho de peso médio é ao redor 1500 g/dia, podendo atingir 1800 g/dia nos indivíduos muito grandes. O ganho de peso está entre 1200 e 1300 g/dia no 2o. mês e ao redor de 750 g/dia aos 6 meses. (é claro que estes valores sofrem alguma variação conforme a raça do animal).

2. Altura de Cernelha: Ao nascer, o potro já apresenta um crescimento linear apreciável, onde o potro possui cerca de 60-70% da altura de cernelha de um animal adulto, alcançando o cerca de 95% de seu crescimento máximo aos 24 meses e 100% aos 60 meses, em média. A criação de um potro visa produzir um animal muito bem desenvolvido sob os planos ósseos e musculares, sem acumulação supérflua de gorduras de reserva. Procuramos um crescimento ótimo e não máximo como em um animal de abate. Nas criações de eqüinos para esporte ou corrida, a precocidade é de interesse excepcional em razão das primeiras competições. Esta precocidade conhece um máximo genético quando sabemos que ela depende das condições de criação e, particularmente, da qualidade do regime alimentar. Inversamente, toda carência ou desequilíbrio do regime acarreta um atraso ou mesmo um golpe irreversível no desenvolvimento. O tecido ósseo é o primeiro a ser afetado, em razão de ser o mais precoce. A incidência de problemas ósseos nos potros e cavalos jovens testemunha a seqüência de má nutrição nas diferentes criações, mesmo naquelas com linhagens superiores. Convém então adaptar a alimentação quantitativa e qualitativamente ao potencial genético de crescimento e desenvolvimento dos tecidos magros de cada indivíduo.

Crescimento 

O crescimento ou ganho de peso vivo é apreciado por um período determinado para calcular a velocidade de crescimento. Ele é, sobretudo, sensível ao nível energético da alimentação. A total expressão do potencial genético, notadamente quando de uma alimentação perfeitamente equilibrada, traduz-se por uma curva ideal de crescimento com um ponto de inflexão quando da puberdade do animal. A curva pratica de crescimento se aproxima da curva ideal sempre que a égua é uma boa gestante e, ao final do aleitamento, se ela foi uma boa mãe de leite. Quando a complementação concentrada (ração inicial) é insuficiente, ou quando a curva láctea da égua baixa rapidamente, sabendo-se que as necessidades do potro continuam aumentando, temos o distanciamento de uma curva da outra. A mais forte razão deste distanciamento vem sempre em seguida a um desmame mal preparado, onde o potro sofre freqüentemente uma “crise de crescimento”.

Caso a subalimentação seja moderada ou transitória, ela provoca um baixo crescimento, dando lugar, tão logo se normalize a situação, a uma recuperação rápida um pouco perto do ideal, fenômeno conhecido como “ganho compensatório”. Trata-se de um certo retardo do crescimento. Se a subalimentação é mais grave, diríamos por um bom tempo, com crescimento fortemente reduzido ou mesmo estagnado, a recuperação posterior será incompleta. Por outro lado, o tamanho do indivíduo estará diminuído de forma definitiva.

André Galvão Cintra
MV, Prof. Esp.
Presidente ABCC Bretão
andre@vongold.com.br
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