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Alimentação de Potros em Desenvolvimento

O desenvolvimento de um animal corresponde ao momento em que as modificações morfológicas e químicas dos diferentes tecidos e regiões do corpo permitem a este atingir progressivamente as características da idade adulta. A velocidade do desenvolvimento define a precocidade.

A precocidade máxima, levando-se em conta o potencial genético, será obtida quanto melhor forem as condições do meio ambiente, especialmente as condições nutricionais. Para os diferentes tecidos, o desenvolvimento máximo obtido em função da idade é, inicialmente, do sistema nervoso, e após, sucessivamente, do tecido ósseo, muscular e de gorduras de reserva. O pico máximo de desenvolvimento desses tecidos é intercalado.

Este desenvolvimento se inicia assim que o nível energético alimentar ultrapasse as possibilidades de desenvolvimento do conjunto dos tecidos magros, e estaria relacionado, por um lado, ao potencial genético máximo (em função de raça, origem, indivíduo e sua idade), e por outro lado, aos limites impostos pela disponibilidade e equilíbrio dos nutrientes indispensáveis. Uma alimentação insuficiente ou desequilibrada provoca uma redução geral da precocidade. Como o período de desenvolvimento máximo dos tecidos é relativamente curto, a recuperação, no caso de insuficiência nutricional, torna-se bastante limitada e rapidamente irreversível. Assim, potros de éguas em regime hipoprotéico durante a lactação, mostram um menor desenvolvimento cerebral, confirmado por uma atitude inferior durante o adestramento.

A carência protéica para o potro, diminui o desenvolvimento muscular e mesmo ósseo. Do mesmo modo, um desequilíbrio no aporte de fósforo e cálcio para o animal jovem, por uma subalimentação, retarda o desenvolvimento dos dentes definitivos, antes de nos mostrar problemas do esqueleto. Sendo assim, o controle da data de emergência dos dentes definitivos nos daria uma boa idéia da real precocidade e a qualidade destes dentes seria um critério da satisfação das necessidades minerais deste potro. Nos desequilíbrios minerais causados por superalimentação, o potro corre o risco de alterar definitivamente um esqueleto bem desenvolvido e sólido. Isso fica evidente na alimentação com aveia (ou outro grão) em complemento exclusivo com as forragens usuais, onde não deve haver o melhor desenvolvimento atlético do potro, mesmo que ele tenha um excelente crescimento ponderal. Uma carência energética afeta primeiramente as gorduras de reserva, depois os músculos da paleta e da garupa, ainda que o esqueleto tenha um desenvolvimento normal. Se a subalimentação é fraca e passageira, há a possibilidade de recuperação quase total graças ao “desenvolvimento compensatório”, que ocorre com a correção rápida do regime alimentar. Se a subalimentação é acentuada e prolongada, as possibilidades de recuperação são difíceis e a conformação do indivíduo estará definitivamente alterada, mesmo que se eleve posteriormente o nível de arraçoamento. Assim também, a superalimentação é inútil e perigosa. Ela não pode forçar ao desenvolvimento dos tecidos magros onde ele é limitado: pelos potenciais genéticos do indivíduo, pela idade e, pior ainda, pelos desequilíbrios alimentares que alteram o anabolismo protéico. Assim, os potros complementados exclusivamente com cereais, são expostos a deficiências em aminoácidos essenciais que restringem o crescimento ósseo e muscular, favorecendo a obesidade.

O excesso de peso resulta no aparecimento de uma ósteo-tendinite, ainda que imatura e fraca. Paralelamente, provoca um desequilíbrio hormonal, com hiperinsulinismo, hipotireoidismo e hiposomatotropismo. Compromete-se, assim, o crescimento e a mineralização óssea, com predisposição, particularmente, a acidentes de osteocondrose.



André Galvão Cintra
MV, Prof. Esp.
Presidente ABCC Bretão
andre@vongold.com.br
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