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Alimentação de Éguas em Lactação

Início da Lactação (1o. ao 3o. mês)

As necessidades energéticas no início da lactação são muito superiores às do período de gestação. Elas vão praticamente dobrar em um ou dois meses. Um bom arraçoamento quantitativo, continuamente bem adaptado ao estado fisiológico e ao nível de produção leiteira permite manter um peso corporal próximo do ótimo, beneficiando ao mesmo tempo a secreção láctea da égua e a sua fertilidade.

Paralelamente às necessidades quantitativas, é fundamental considerar as necessidades qualitativas em proteínas, minerais e vitaminas, pois as reservas são muito modestas e as carências muito freqüentes. Nesta fase são utilizadas as Reservas Corpóreas da gestação. As éguas de raças médias (Mangalarga, Quarto de Milha, Campolina, PSI, etc.) produzem em média, no pico da lactação, 17 litros de leite por dia, enquanto que as raças de tração pesada (Bretão , Percheron) chegam a 25 litros diários. Desta alta produção leiteira, vêm as elevadas necessidades energéticas desta fase. A suplementação com concentrados se faz necessária, pois, além de tudo, a égua pode estar prenhe nesta fase. Portanto a égua tem tripla função: Manutenção, Lactação e Nova Gestação.



Final da Lactação (4o. ao 6o. mês)

As necessidades da égua caem drasticamente, pouco acima das necessidades de manutenção. Neste período a produção leiteira reduz-se quase que à metade do início da lactação e o potro já está se alimentando de capim ou feno que suprem parte de suas necessidades. Através de uma suplementação de concentrado e volumoso adequada, este potro já pode ser desmamado sem prejuízo para seu crescimento e desenvolvimento, deixando a égua livre para manter-se e levar a termo uma nova gestação (que já deve estar ao redor de 4-5 meses). O desmame do potro pode ser feito a partir dos 4 meses de idade sem prejuízo para seu crescimento e desenvolvimento desde que ele seja bem alimentado. O critério ideal para definir o momento da desmama deve ser o tamanho do potro. Se o potro tiver que dobrar acentuadamente os membros anteriores para mamar, é sinal de que ele pode ser desmamado. Se ele não for desmamado neste momento, podem ocorrer desvios nos aprumos deste potro.

Conclusão

A égua reprodutora tem 03 grandes variações das necessidades alimentares no decorrer de seu ciclo reprodutivo. Necessidades pouco superiores à manutenção no início da gestação e no final da lactação, necessidades especialmente protéicas no final da gestação e necessidades muito acentuadas, especialmente energéticas, no início da lactação. O fornecimento de minerais por todo o período de gestação/lactação é fundamental para o bom crescimento do esqueleto do potro. De qualquer modo, é importante ressaltar que tais necessidades, sempre acompanhadas de um aporte mineral e vitamínico adequado, somente podem ser conseguidas com uma complementação de concentrados, pois a capacidade de ingestão de volumoso que a égua possui, não supre de maneira adequada às necessidades nestas fases de vida reprodutiva. Se no período final da gestação o animal estiver em um estado ótimo, proporcionará uma melhor maturidade do feto, maior qualidade do colostro, aumento na produção leiteira e da atividade ovariana, favorecendo uma nova gestação.

Por outro lado, se no terço final da gestação houver ganho de peso em excesso, proporcionará, no momento do parto, uma perda excessiva de peso, dificuldade no parto, ocasionado o nascimento de um potro frágil e queda na produção leiteira, com conseqüente prejuízo reprodutivo subseqüente.



André Galvão Cintra
MV, Prof. Esp.
Presidente ABCC Bretão
andre@vongold.com.br
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